Cucha Carvalheiro

Nasceu em Lisboa, em 1948. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lisboa e foi ainda como estudante que começou a fazer teatro, no Grupo Cénico da Faculdade de Direito de Lisboa. Como actriz, integrou o elenco do Teatro do Mundo, Teatro do Século, Comuna, Companhia Teatral do Chiado e Escola de Mulheres, de que foi co-fundadora. Com um vasto curriculum como actriz, interpretou Sófocles, Eurípedes, Shakespeare, Tchekhov, Tennessee Williams, Brian Friel, Jean Genet, Eduardo De Filippo, Lorca, Beckett, entre muitos outros. Foi dirigida por Jorge Listopad, Rogério de Carvalho, João Mota, Michel Mathieu, Fernanda Lapa, Mário Viegas, Cristina Carvalhal, Natália Luiza, Miguel Seabra, Carlos Pimenta, Diogo Infante, Sandra Faleiro, Ricardo Neves-Neves etc.

Destaca as suas interpretações em Embalagem Perdida, de Vera Feyder, encenação de Ricardo Marquez (“Sete de Ouro” – actriz revelação 1985, Trofeu Nova Gente – actriz revelação 1985, Prémio Revista Mulheres 1985) e em A Cabra, de Edward Albee, com encenação de Álvaro Correia (Globo de Ouro 2005 – Melhor actriz de Teatro). No cinema, trabalhou com João César Monteiro, Jorge Paixão da Costa, Luis Filipe Costa, Margarida Gil, Tiago Guedes, Rita Nunes, Jeane Waltz, entre outros, destacando a sua participação em Viúva Rica, Solteira Não Fica de José Fonseca e Costa (2006) e Estamos no Ar, de Diogo Costa Amarante.

Como encenadora, Hotel dos Dois Mundos, de Eric-Emmanuel Schmitt, no Teatro Nacional D. Maria II, em 2006, Sonata de Outono, de Ingmar Bergman, em parceria com Fernanda Lapa, no Teatro Municipal de S. Luiz, em 2007, O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge, no Teatro da Trindade, em 2010, À Margem, três peças curtas de Tennessee Williams, no Teatro da Comuna, em 2014, e À Boleia para Hollywood, de Neil Simon, estreado na Madeira e apresentado depois no Teatro da Trindade em de 2017, Fonte da Raiva, de sua autoria, no Teatro de São Luiz, em 2023, e A Andorinha, de Gullen Clua, no Teatro Municipal de Cascais.

É autora de Aventuras e Desventuras de Deuses, Gigantes e Heróis, com Gabriela Morais, editado pela ASA, Cândido ou o Optimismo, versão para teatro do romance homónimo de Voltaire, edição do Teatro Maria Matos, da adaptação para teatro do romance de Lídia Jorge O Dia dos Prodígios (não publicado) e de Fonte da Raiva. A sua peça teatral Está aí alguém?, editada pela Cotovia, traduzida para francês por Pierre Leglise Costa, foi objecto de leituras encenadas na Mousson d’été 2001 (organização da Maison Européenne des Ecritures Contemporaines) e na Mostra de Novo Teatro Português na Comédie Française, em Paris (2002). Por encomenda de Emmanuel Schaeffer, escreveu o texto teatral Voltar a casa, com o qual participou na Nuit Blanche de Outubro 2006 nos Archives Nationales em Paris. Em 2017 esteve em cena com mais um texto da sua autoria, Cândida ou o Pessimismo, no espaço da Escola de Mulheres (Clube Estefânia), tendo depois feito uma digressão pelo país. Ainda como dramaturga, assinou Fonte da Raiva, que encenou em 2023, no Teatro Municipal de São Luiz.

Tem participado como actriz e directora de atores em várias séries para TV e telenovelas. Assumiu a direcção artística da produtora de Televisão NBP, entre 2002 e 2004 e do Teatro da Trindade entre Maio de 2009 e Janeiro de 2013.